quinta-feira, 23 de abril de 2015
A NOVA IMERSÃO
sábado, 11 de abril de 2015
O QUE ACONTECE NO MEIO...
Vida é o que existe entre o nascimento e a morte. O que acontece no meio é o que importa.
No meio, a gente descobre que sexo sem amor também vale a pena, mas é ginástica, não tem transcendência nenhuma. Que tudo o que faz você voltar pra casa de mãos abanando (sem uma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz, uma ideia) foi perda de tempo.
Que a primeira metade da vida é muito boa, mas da metade pro fim pode ser ainda melhor, se a gente aprendeu alguma coisa com os tropeços lá do início. Que o pensamento é uma aventura sem igual. Que é preciso abrir a nossa caixa preta de vez em quando, apesar do medo do que vamos encontrar lá dentro. Que maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos.
No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as que acontecem de fato. Que amar é lapidação, e não destruição. Que certos riscos compensam – o difícil é saber previamente quais. Que subir na vida é algo para se fazer sem pressa.
Que é preciso dar uma colher de chá para o acaso. Que tudo que é muito rápido pode ser bem frustrante. Que Veneza, Mykonos, Bali e Patagônia são lugares excitantes, mas que incrível mesmo é se sentir feliz dentro da própria casa. Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase? Ora, é sempre mais forte.
No meio, a gente descobre que reconhecer um problema é o primeiro passo para resolvê-lo. Que é muito narcisista ficar se consumindo consigo próprio. Que todas as escolhas geram dúvida, todas. Que depois de lutar pelo direito de ser diferente, chega a bendita hora de se permitir a indiferença.
Que adultos se divertem muito mais do que os adolescentes. Que uma perda, qualquer perda, é um aperitivo da morte – mas não é a morte, que essa só acontece no fim, e ainda estamos falando do meio.
No meio, a gente descobre que precisa guardar a senha não apenas do banco e da caixa postal, mas a senha que nos revela a nós mesmos. Que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável. Que as mesmas coisas que nos exibem também nos escondem (escrever, por exemplo).
Que tocar na dor do outro exige delicadeza. Que ser feliz pode ser uma decisão, não apenas uma contingência. Que não é preciso se estressar tanto em busca do orgasmo, há outras coisas que também levam ao clímax: um poema, um abraço, um carinho, um beijo.
No meio, a gente descobre que fazer a coisa certa é sempre um ato revolucionário. Que é mais produtivo agir do que reagir. Que a vida não oferece opção: ou você segue, ou você segue. Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais. Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade. E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda...
Ótimo texto, boa reflexão... ( Martha Medeiros)
No meio, a gente descobre que sexo sem amor também vale a pena, mas é ginástica, não tem transcendência nenhuma. Que tudo o que faz você voltar pra casa de mãos abanando (sem uma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz, uma ideia) foi perda de tempo.
Que a primeira metade da vida é muito boa, mas da metade pro fim pode ser ainda melhor, se a gente aprendeu alguma coisa com os tropeços lá do início. Que o pensamento é uma aventura sem igual. Que é preciso abrir a nossa caixa preta de vez em quando, apesar do medo do que vamos encontrar lá dentro. Que maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos.
No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as que acontecem de fato. Que amar é lapidação, e não destruição. Que certos riscos compensam – o difícil é saber previamente quais. Que subir na vida é algo para se fazer sem pressa.
Que é preciso dar uma colher de chá para o acaso. Que tudo que é muito rápido pode ser bem frustrante. Que Veneza, Mykonos, Bali e Patagônia são lugares excitantes, mas que incrível mesmo é se sentir feliz dentro da própria casa. Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase? Ora, é sempre mais forte.
No meio, a gente descobre que reconhecer um problema é o primeiro passo para resolvê-lo. Que é muito narcisista ficar se consumindo consigo próprio. Que todas as escolhas geram dúvida, todas. Que depois de lutar pelo direito de ser diferente, chega a bendita hora de se permitir a indiferença.
Que adultos se divertem muito mais do que os adolescentes. Que uma perda, qualquer perda, é um aperitivo da morte – mas não é a morte, que essa só acontece no fim, e ainda estamos falando do meio.
No meio, a gente descobre que precisa guardar a senha não apenas do banco e da caixa postal, mas a senha que nos revela a nós mesmos. Que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável. Que as mesmas coisas que nos exibem também nos escondem (escrever, por exemplo).
Que tocar na dor do outro exige delicadeza. Que ser feliz pode ser uma decisão, não apenas uma contingência. Que não é preciso se estressar tanto em busca do orgasmo, há outras coisas que também levam ao clímax: um poema, um abraço, um carinho, um beijo.
No meio, a gente descobre que fazer a coisa certa é sempre um ato revolucionário. Que é mais produtivo agir do que reagir. Que a vida não oferece opção: ou você segue, ou você segue. Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais. Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade. E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda...
Ótimo texto, boa reflexão... ( Martha Medeiros)
quinta-feira, 9 de abril de 2015
VAI SABER!!!
Eu queria entender certas coisas...
Não, mas eu acho que tem coisas que parecem não ter razão, não ter razão de você fazer, ou ficar... Ficar com uma pessoa de novo que você já teve algo mas acabou, ou dar abertura para ela parar nem se for um segundo em sua vida de novo, mesmo você não entendo o por que disso tudo...O porque de ter mil pessoas a sua volta mas uma vez no mês nem se for você lembra daquela pessoa. Você pode estar com alguem ou com mais pessoas, mais necessitar voltar naquela que já passou, mas marcou e que era pra ser passado, e por que tem a necessidade, ou a coragem de lembrar do beijo, cheiro e mais ainda pra ligar... Destino ? Não sei, mas temos que compreender que tem coisas que nunca iremos entender, coisas sem razão que no impulso fazemos, que nos fazem rir e chorar, que nos fazem felizes e tristes... Que fazem a gente sentir ao mesmo tempo diferentes sensações. Talvez em cada reencontro tenha aquela sensação do primeiro, aquele frio na barriga e ao olhar nos olhos dela pensa, mas porque ? E não acha a resposta. Talvez nem se for, só 1% de sentimento, um sentimento que não tem explicação... Talvez porque ela faz lembrar o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo."
quinta-feira, 2 de abril de 2015
TUDO PASSA...
Os dias correm numa rapidez absurda. Não nos resta tempo para notar o que acontece lá fora. Claro, se não enxergamos nem aqui dentro, que dirá perceber alguém ou algo ao redor. Parece que estamos constantemente ligados no botão automático, emendando compromissos, fazendo, cumprindo, buscando. A vida passa diante dos nossos olhos e, num raro momento em que nos desconectamos de alguma tomada, nos surpreende.
Passamos anos, décadas, compartilhando o nosso existir com as pessoas, dividindo os acontecimentos, as intimidades, as dúvidas e os sonhos, para depois nos tornarmos completos desconhecidos. Existem pessoas que se perdem no meio do caminho e nunca mais são encontradas.
Há alguns anos andávamos com gente que já nos foge o nome, que tínhamos a certeza de que seríamos inseparáveis e no entanto nunca mais nos vimos, nem sequer nos falamos. Quem não gostávamos, hoje adoramos, e vice versa. Uns não eram como acreditávamos, outros mudaram com o tempo. De religião, de partido político, de estado civil, de casa, de emprego, de opinião. Os sonhos de liberdade ficaram presos em algum coqueiro naquela praia. As gargalhadas que viam o dia amanhecer foram substituídas pelas risadas sozinhas de algo bobo antes da meia noite, porque amanhã é dia de levantar às seis para ir trabalhar. É, eu também mudei.
Talvez eu era feliz e não sabia. Ou sabia, e por isso era tão feliz. Hoje já não cabe mais aquela alegria pura e singela sem motivo, porque algumas sabedorias e vivências proporcionaram experiência suficiente para distinguir momentos e pessoas, assim como felicidade plena e contentamento passageiro.
A felicidade hoje parece muito mais densa do que era antes. Ela anda pesada e se agarra nos outros. Não é o mesmo garoto de antes, de riso solto, andar leve.
O seu caminhar é cansado, no olhar as decepções embaçaram um pouco a vista. Algumas marcas de expressão e um coração com cicatrizes não combinam com a leveza de outras épocas.
O tempo passa para todos nós. Perde-se o frescor da juventude para ganhar maturidade e sabedoria. Impulsividades cederam lugar às cautelas, enquanto as irresponsabilidades ganharam o peso dos compromissos. Faz parte do milagre de estarmos vivos, caminhando, perseverando, esperando, sonhando. A vida só faz sentido quando as peças se juntam, quando o passado explica o presente, quando o hoje reflete o ontem, e o amanhã surge com um novo sol clareando as pegadas de um caminho aberto e, ao mesmo tempo, já trilhado.
Nossa trilha é feita de ciclos, que se encerram e recomeçam, pessoas que vêm e trazem um pouco delas para dentro de nós, outras que passam e levam embora um pedaço da gente. Independentemente do quanto nos roubam ou nos presenteiam, é a troca que rege o existir, a doação nossa com o mundo e o que ele nos regala, o intercâmbio de ações e sentimentos.
Portanto, para receber é preciso estar preparado para dar, sem ignorar a certeza de que nada é definitivo e tudo é passageiro...
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