sexta-feira, 27 de junho de 2014

FRAGMENTOS DE VIAGEM À CIDADE DE "Z" ( Parte V final )




    Maurinho explicou-me que o homem entra em contato com a natureza através da ação sobre ela: - Não é errado arar a terra para produzir seu alimento,  tão pouco produzir excedentes para trocar ou comercializar com o vizinho. Com certeza ele produzirá outro alimento ou algo que será útil a você que poderá ser trocado ou comercializado também.
      Maurinho foi além, disse-me que se deve levar em conta além da subsistência; a existência.
      Ouvindo  voz daquele homem de gestos simples e suaves, educação impecável, soube que estava diante de um grande ser.
     Um ser digno e nobre que herdou uma missão; não digo invejável, mas, louvável e recompensadora: Ser responsável pelo Portal do Roncador, entrada da Serra onde encontra-se um dos mais famosos  picos do roncador, visitado por pessoas do mundo inteiro, chamado de “Dedo de Deus”.
      Maurinho dizia: - O homem não precisa de status. Precisa executar suas vontades nobres. É aí que mora a existência. Em tom professoral continuou:  - subsistência é como subsistir. É uma “quase vivência”. Não chega ser uma vida, subsistir é menos que viver. Se lembrarmos de que a maioria dos brasileiros e outras subnações estão na mesma condição, compreender isso torna-se triste e constrangedor.

                                             (in memorian a Sandro Vedoy da Silva)

Nenhum comentário:

Postar um comentário