Belo final de tarde, eu, na estrada.
Paro para
vislumbrar quem vem e quem vai, desce ou sobe, parte ou chega.
Dentre as
opções anteriores, a maioria que está cruzando a estrada não vai ou vem, apenas
ficam.
São pessoas
que são ou tornaram-se do lugar.
Pertence a
elas o chão e o desgaste do mesmo que elas lhe causaram entre suas eternas idas
e vindas.
Lugar,
pertencimento, enfim, pertencer a um lugar parece algo simples, mas não é.
O que nos
prende a um lugar é tão sensível e tênue que é quase inexistente.
Na verdade o lugar não prende ninguém, mas,
as pessoas sim e as lembranças que elas causam.
Do mesmo
modo o que nos faz sair e repulsar algum lugar são elas, as mesmas pessoas e
lembranças.
São mágoas
e más lembranças que nos fazem agir e tomar atitudes de mudança, muito mais do
que a perspectiva de vitórias e prazeres.
O que pode
ocorrer também é que a pessoa pode estar causando mal para si mesma. Nesse caso
de nada adianta trocar de endereço. É mais prático e saudável trocar de
mentalidade.
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